Deixando de ser o "Especial" em campo, José Mourinho agora se destaca com outro recorde: tornou-se o técnico que "ganhou mais dinheiro estando desempregado". Após o fracasso com o Fenerbahçe na Liga dos Campeões, o estrategista português saiu com uma indenização de 16 milhões de euros – elevando o total que recebeu em sete demissões para 110 milhões de euros.
Por que Mourinho perdeu o emprego na Turquia
A imagem de Mourinho sozinho no aeroporto de Istambul rapidamente se tornou símbolo de uma despedida ruidosa, mas inevitável. O Fenerbahçe tinha grandes expectativas quando o contratou no verão de 2024, com o objetivo de conquistar a Liga dos Campeões e acabar com o domínio do Galatasaray na Turquia. Mas a derrota para o Benfica no play-off europeu de 2025/26 esgotou a paciência do presidente Ali Koç.
Ali Koç é mais do que apenas um técnico de futebol. Ele também é um empresário poderoso , um competidor nato e está prestes a enfrentar uma eleição presidencial. Nesse contexto, manter Mourinho, que criticou abertamente o mercado de transferências, é uma aposta arriscada demais.
Em particular, o "golpe final" veio quando o Fenerbahçe contratou Aktürkoğlu por 25 milhões de euros logo após a saída de Mourinho. O meio-campista já havia marcado pelo Benfica na eliminação do Fenerbahçe, transformando a amargura de Mourinho em uma ironia difícil de engolir.
Notavelmente, a figura de destaque nos bastidores é Devin Özek, o novo diretor esportivo de 30 anos, de ascendência turco-alemã, que estudou no Bayer Leverkusen e é um confidente próximo de Xabi Alonso. Contratado por sugestão de Mourinho, Özek concluiu sete negociações por apenas 30 milhões de euros. Mas esse esforço ainda não foi suficiente para encobrir o conflito entre o veterano técnico e a diretoria.
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Nos últimos 20 anos, Mourinho tem sido hábil em assinar contratos "sólidos como um martelo", com cláusulas de compensação generosas. |
Se Mourinho está cada vez mais obscuro em campo, no mundo dos negócios do futebol ele ainda é chamado de "Mourinho Tio Patinhas" — um apelido satírico para sua capacidade de lucrar com demissões. O Fenerbahçe teve que pagar 16 milhões de euros para rescindir antecipadamente um contrato de 3 anos no valor de 10,5 milhões de euros/ano. Este não é exceção.
Nos últimos 20 anos, Mourinho assinou contratos "sólidos como um martelo", com cláusulas de indenização generosas. O resultado: um total de 110 milhões de euros só por ter sido... demitido. O Chelsea pagou 21 milhões na primeira vez (2007), o Real Madrid (2013) pagou 20 milhões, e o Chelsea na segunda vez (2015) adicionou 10 milhões. O Manchester United é a "mina de ouro" com 23 milhões, enquanto o Tottenham teve que pagar 17 milhões, e a Roma - apesar de estar apertada - também perdeu 3 milhões para se despedir.
Por trás desse número, esconde-se um paradoxo: Mourinho não conquista mais títulos como antes, mas sempre soube proteger seus interesses financeiros. Mesmo sendo ridicularizado como "O Chorão", ele ainda mantém a imagem de um treinador mestre em negociações contratuais.
Para onde Mourinho irá em seguida?
A questão é: para onde Mourinho irá agora? Aos 62 anos, ele parece não estar mais interessado nos convites da Arábia Saudita – o país que atrai inúmeras estrelas com montanhas de dinheiro. Em vez disso, um cenário se torna cada vez mais realista: o cargo de técnico da seleção portuguesa.
Esse desejo já foi levantado diversas vezes, mas Mourinho sempre recusou, alegando que queria permanecer no clube. Agora, a situação pode ser diferente.
Roberto Martínez acaba de liderar Portugal ao título da Liga das Nações e já está de olho na Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos. Mas, depois desse torneio, a Federação Portuguesa de Futebol pode considerar uma mudança. Para Mourinho, seria uma chance de encerrar sua carreira de treinador com um desafio nacional – algo que ele tem adiado repetidamente.
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Mourinho pode não ser mais o “Especial” em campo, mas certamente ainda é o “Especial” na arte de… dizer adeus. |
Claro, a possibilidade de um grande clube europeu ligar de repente ainda existe. A história provou que Mourinho é sempre um nome fácil de colocar na "lista restrita" quando uma vaga está aberta.
Mas ele também entende que esse "ciclo do destino" não pode durar para sempre. Os principais clubes de hoje preferem um estilo de futebol moderno, focado no controle e na pressão – algo com que Mourinho praticamente perdeu o contato.
A história de Mourinho reflete uma realidade: o futebol moderno não se mede apenas por troféus, mas também por habilidades de negociação e gestão pessoal. Seus sucessos no Porto, Chelsea, Inter e Real Madrid diminuíram com o tempo, mas sua capacidade de transformar o fracasso em um trunfo ainda o torna um fenômeno único.
Mourinho pode não ser mais o "Especial" em campo, mas certamente ainda é o "Especial" na arte de... dizer adeus. E os 110 milhões de euros das demissões são a prova mais clara desse "legado" — um legado que não é necessariamente tão brilhante quanto taças de prata, mas que faz o mundo inteiro falar.
Fonte: https://znews.vn/mourinho-bien-that-bai-thanh-tien-post1581950.html
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